Componentes da frota de Cabral e Dados do Descobrimento do Brasil

A Ilha do Brasil

Condensação de Carlos Coelho

A Ilha do Brasil, ou Ilha de São Brandão, ou ainda Brasil de São Brandão, era uma das inúmeras ilhas que povoavam a imaginação e a cartografia européias da Idade Média, desde o alvorecer do Século IX. Também chamada de “HyBrazil“, essa ilha mitológica “ressonante de sinos sobre o velho mar”, se “afastava” no horizonte sempre que osmarujos se aproximavam dela. Era, portanto, uma ilha “movediça”, o que explica o fato de sua localização variar tanto de mapa para mapa. Segundo a lenda, “Hy Brazil” teria sido descoberta e colonizada por São Brandão, um monge irlandês que partiu da Irlanda para o alto mar no ano de 565. Como São Brandão nascera em 460, ele teria 105 anos quando iniciou sua viagem.

O nome “Brazil” provém do celta bress, que deu origem ao verbo inglês “to bless” (abençoar). “Hy Brazil“, portanto, significa “Terra Abençoada”.

Desde 1351 até pelo menos 1721 o nome “Hy Brazil” podia ser visto em mapas e globos europeus, sempre indicando uma ilha localizada no Oceano Atlântico. Até 1624, expedições ainda eram enviadas à sua procura.

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Portugueses já usavam tecnologia astronômica antes de 1480?

Como se guiavam os mareantes?

As cartas de marear, ordinariamente usadas quando principiavam as viagens lusitanas rumo à Guiné, não indicam latitudes ou longitudes, mas apenas rumos e distâncias. Quando em alto mar, guia-se o mareante por meio de observações e estimativas naturalmente precárias.

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After Action Report Medieval 2 – Veneza – Parte 6 (1220 – 1254)

Pascal Selvo e a destruição do Reino da Hungria

Após mais um fracassado ataque a cidade de Viena, pela Hungria, as tropas de Ragusa finalmente se encontram com Pascal Selvo na fronteira para levantar cerco em Budapeste. É a primeira vez em anos que Pascal chega tão próximo a capital dos traidores.

No ataque de Viena, Tomaso Selvo, filho de Doge Benasuto (governador de Alexandria), vinha de Milão para governar Viena, porém como esta se encontrava sitiada, o mesmo se envolveu na batalha para defender os interesses do império, porém foi fatalmente morto por tropas húngaras em campo. Viena ficou sem governador e o Doge perdeu seu filho general.

Ao chegar a Budapeste, uma cidade super protegida por grandes muros e torres de balista, os 2 mil homens de Selvo têm dificuldade para adentrá-la. Lá se encontra o príncipe húngaro Shafar, o Honesto, que perece em batalha, representando um grande golpe ao reino por parte da República de Veneza.

Pascal Selvo passara tanto tempo em front húngaro que agora é apelidado de O Cicatrizado. Não foram poucas as suas batalhas na defesa de Viena. Agora ele avança em direção ao castelo de Bran com um grande contingente de tropas milicianas tanto de Viena quanto de Ragusa.

Lá ele encontra um castelo escassamente protegido, mas que ao sudoeste há um grande exército húngaro pronto para atacar a qualquer momento. Sua investida contra o castelo é rápida e não houve tempo para o exército salvá-lo.

Mais abaixo a cidade de Bucareste também não consta com um grande regimento, mas um significativo para precisar da presença de Pascal Selvo e de alguns sargentos lanceiros. Esse foi o último reduto húngaro existente. Após a sua conquista, toda a história húngara fora apagada e os seus leais generais foram rebaixados a simples rebeldes que vagam pelos territórios sem rumo.

Agora quem sabe depois dessa aventura que começou lá em Zagreb e terminou em Bucareste, Pascal Selvo não tire férias bastante longas como governador de Bucareste, ao invés de general nos fronts de batalha. Entretanto, devido o seu ganho de experiência durante todos esses anos, se sua presença for requerida, ele terá que comparecer. Aproveite as férias, Pascal Selvo.

Invasão Mongol: tentativa de dominar o Oriente Médio

A horda mongol chegou por Baghdad. Não foi interesse para eles, pelo menos, saquear a cidade egípcia ou Mossul, que era turca. Tiveram que vir logo a mim, nas minhas pacíficas cidades.

A primeira vítima foi a cidade de Antióquia, que mesmo com muitos lanceiros não foi capaz de segurar a enorme onda de cavalaria. A vitória dos mongóis foi clara. Após isso, os selvagens ainda exterminaram 997 soldados venezianos e se assentaram na região definitivamente.

A cidade de Damasco, que havia se tornado independente depois da saída de Cristiano Selvo (O Cruzado), também pereceu ante a horda mongol.

Os egípcios imaginando o que viria ocorrer com a presença desse povo do leste, preferiu um cessar fogo com Veneza, pois agora o inimigo é outro. Isso, porém, pode ser contraditório,  já que Veneza capturou 4 regiões egípcias, riquíssimas. O Oriente Médio é uma bagunça.

O castelo do Acre também foi parar em mãos mongóis, infelizmente. Essa cidade ainda não estava bem modernizada como o Doge gostaria, mas ela tinha uma representação histórica significativa. Foi lá que morreu o grande e majestoso Cristiano Selvo.

A terceira cruzada foi aberta, dessa vez contra a cidade de Antióquia (pela segunda vez).

No castelo de Cesária foi criado um exército de testes para combater os mongóis em campo aberto. Lenuzo Selvo, governador de Constantinopla, aderiu a cruzada e se juntou ao exército “de testes”.  Vários besteiros, algumas cavalarias leves e infantarias pesadas. O resultado foi um real extermínio dos venezianos.  A luta, porém continua. Tropas de Rhodes e de Cesária estão prontas para mais um novo combate.

Aluysio de Torilia: outro novato na República dos Selvos

Aluysio de Torilia é um novato na República dos Selvos. Ele é casado com a neta de Cristiano Selvo, que, por conseguinte é filha de Antônio Selvo, governador de Bolonha.  Ele foi incumbido de ir defender o castelo de Staufen, que estava sofrendo raids germânicas.

No caminho ele encontra Agostino Rossi, um rebelde dos tempos de Milão. Ele precisa ser eliminado devido a sua presença com um grande contingente rebelde representar perigo a Berne. E assim foi feito. A primeira batalha de Aluysio foi contra os “fósseis” milaneses. A vitória foi garantida.

Os franceses não estão felizes com Veneza também, pois a todo custo tentam dominar Dijon. Sem sucesso. Aluysio de Torilia indo a caminho de Nuremberga, encontra um exército enorme de franceses da segunda cruzada. Seu poderio era muito grande se comparado com as milícias e besteiros venezianos, que por sinal são muito bons.  Mesmo sendo uma “clear victory” a França representou perigo, não podemos descansar.

A morte de Simão Selvo e o front siciliano

Simão Selvo aproveitara os tempos da Segunda Cruzada para invadir a Argélia, sob poder mouro. Entretanto ele não havia levado significativa quantidade de soldados, mas apenas o suficiente para a conquista. Como ele conquistara o local e a Cruzada ainda não havia terminado, alguns soldados desertaram e ele acabou ficando com apenas alguns.

Tentou conquistar Marraquexe, sem sucesso. Voltou a Argélia e lá encontrou mais tropas, com intento de invadir a Tunísia, sob poder siciliano. Exatamente na fronteira que separa Argélia da Tunísia houve um confronto entre Simão e dois generais sicilianos, Nicollo e Gano. Todos eles foram mortos em batalha, sobrando apenas um capitão a comandar as tropas.

Simão Selvo era um dos filhos de Cristiano Selvo.

Na Itália, seu irmão, Rizardo Selvo conquista Nápoles depois de um turno de 6 anos.

Pormenores

– A cidade turca de Ierevã é conquistada.

– O novo papa é de Veneza, mais uma vez.

– Estranhamente os mongóis fazem comércio marítimo com os Estados Papais na ilha do Chipre.

After Action Report Medieval 2: Veneza – Parte 4

Medieval 2. Veneza. Parte 4. H/VH

1) Conquista de Ajácio

Depois da expulsão dos germânicos do solo italiano, todo o norte da Itália ficou consolidado sob a República de Veneza. Agora fazemos fronteira com França, Milão (cidade de Dijon) e Sacro Império Romano.

Os germânicos não aceitaram, obviamente, a ideia de perder sua capital para um bando de italianos, dos quais eles certamente desprezam. Os germânicos estão reputados como muito desonestos, devido ter traído a aliança com Veneza e depois ter bloqueado um porto anos depois de ter pedido um tratado de comércio.

Como eles não têm nenhum inimigo além de Veneza, os seus soldados, ainda que escassamente, são enviados para o solo italiano para que intente algum ataque em alguma das cidades para retomar aquele velho domínio das quais eles passaram muitos anos sobre. O povo italiano não aceita mais viver sob o jugo de bárbaros germânicos.

Como as cidades recrutam apenas milicianos para a sua defesa, se faz bastante necessário ter um castelo próximo para defender, com tropas profissionais, o solo veneziano. Os governadores temem que algum dia os germânicos apareçam com tropas poderosas e acabem tomando alguma das cidades, que são medianamente defendidas. Como as cidades são bastante próximas, um pouco de uma e da outra conseguem formar um grande exército, então a defesa ali é bastante aprimorada e o ataque bastante difícil, exceto quando o inimigo chega com um grande exército de uma vez.

Portanto se fez necessária a conquista de Ajácio, ainda que seja apenas um reduto ínfimo de rebeldes italianos que precisa ser modernizado.

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After Action Report Medieval 2: Veneza – Parte 3

[Medieval 2. Veneza. H/VH] – Parte 3

1) Conquista de Nicósia; Cruzada e Conquista de Nicaea

Cristiano Selvo, um dos filhos do falecido Doge Domenico era governador de Iraklion. Juntou várias milícias italianas e foi a conquista do castelo de Rhodes. Por lá ficou governando e modernizando o lugar. Depois de bastante tempo, já com alguma força considerável e tropas modernizadas, ele junta alguns Sargeant Spearmen e cavalarias para atacar o Chipre, de domínio bizantino, mais precisamente o castelo de Nicósia. A vitória foi fácil.

Como Veneza estava em importantes batalhas contra os católicos no norte da Itália, o papa precisava saber que nós eramos fiéis a Deus e ao Estado Papal. Como Nicósia não tinha importância, ainda, para a República, foi preferível doa-la ao Papa, que agora está às portas do Oriente Médio.

Como as relações depois dessa doação ficaram perfeitas, Veneza abre cruzada contra a cidade de Antióquia. A intenção dessa cruzada era juntar exércitos poderosos para acabar com os bizantinos no norte da Turquia. Cristiano Selvo sai do Chipre e parte em direção a cidade de Nicaea. Chegando lá ele contrata alguns peregrinos fanáticos para o seu exército e algumas tropas italianas de Constantinopla o dão suporte também.

A cidade de Nicaea foi conquistada e o Imperador dos bizantinos morto, juntamente com outro general. A cidade foi saqueada.

Um dos séquitos de Cristiano Selvo nessa empreitada é Gerard de Ridefort, um importante general cruzado que lhe atribuiu bastante pontos importantes na batalha.
A França e o Sacro Império Romano também aderem a cruzada.

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After Action Report Medieval 2: Veneza – Parte 2

[Medieval 2. Veneza. H/VH] – Parte 2

– Front Bizantino –

Depois das duras intervenções venezianas nas terras bizantinas, estes enviaram dois diplomatas para encher o saco na cidade de Zagreb. Todos os turnos eles tentam algum tipo de suborno a cidade para que elas passem a ser domínio deles. Nunca funciona. (Sim, os diplomatas quando agem daquela forma como quem não quer nada, na verdade estão tentando isso)

Doge Domenico junta mais uma quantidade de milícias italianas para seguir caminho à Constantinopla, porém como a cidade de Thessalonica é recém conquistada falta contingente humano pra engrossar as fileiras e Corinto está um pouco distante, não valeria a pena esperar. Ele segue com o que tem, mas deixando algumas tropas lá para garantir a segurança do lugar. Na via ele contrata mercenários eslavos, um povo que tenta escapar da pobreza das vilas européias e que lutam por qualquer um que pagar um bom preço.

Ao chegar às proximidades de Constantinopla, que está fracamente defendida devida a grande perda de homens nas batalhas de Durazzo e Thessalonica, Doge ainda precisa enfrentar o Príncipe John e o capitão Slavos, que são facilmente repelidos. ( Após isso uma batalha de pouca importância ainda precisa ser enfrentada para de fato entrar na cidade, que está segurada pelo capitão Myristikos. Vencida a batalha, os venezianos saqueiam a cidade de Constantinopla, corroborando seu incrível poder de força aos que antes detinham a glória de Império Romano do Oriente.

Doge Domenico enfrenta algumas doenças na governança da cidade, mas consegue sair vivo dessa epidemia. Porém no ano de 1144 o querido Doge morre, pacificamente, na cidade de Constantinopla. (http://imgur.com/a/ItNqv)

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After Action Report Medieval 2: Veneza – Parte 1

[Medieval 2. Veneza. H/VH] – Parte 1

• Prólogo

A cidade dos canais é um lembrete de que começar a partir de uma grande posição defensiva se tem uma base ideal para construir um império. Com a cidade em si empoleirada na ilha de Ri’Alto e da Lagoa de Veneza servindo como um fosso enorme para a cidade, Veneza é uma fortaleza natural. Embora os venezianos não possuam um exército terrestre digno, eles são os principais marítimos da época. Isto dá-lhes a capacidade de defender confiantemente sua capital de um ataque direto, bem como estabelecer rotas de comércio mais rapidamente do que a maioria das outras grandes potências.

Um século antes os venezianos foram atormentados por piratas Dalmatianos que atacavam os comerciantes que percorriam sobre seu comércio lucrativo em todo o mar Adriático. Por meio da diplomacia inteligente, Pietro Orseolo, “Doge” da República de Veneza foi capaz de isolar os eslavos piratas saqueadores em grupos pequenos, gerenciáveis que ele então forçou a se renderem. Este abriu a porta para Veneza evoluir a partir de uma isolada cidade de negociação em uma potência européia por conta própria.

Com a sua capacidade de dominar o comércio e atravessar o Mediterrâneo, enquanto os venezianos protegem diligentemente sua cidade-ilha, eles permanecerão como uma força a ser sempre reconhecida.

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After Action Report Medieval 2: Veneza – Parte 5

  1. Bem vindo à família, Luchino de Luca. (1190 – 1204) (http://imgur.com/a/ZYPTB)

O quadro da família Selvo na República veneziana era de total homogeneidade. Como a maioria dos filhos eram homens o nome Selvo continuou por quase um século intacto. A primeira mulher crescida, filha do Doge Bartolomeu, se casa com um general de outra família italiana, apesar de o Conselho dos Anciãos ter pedido que ela se casasse com outro Selvo, primo dela.

As cidades do norte da Itália estavam sendo governadas por Selvos, então Luchino não teria espaço no âmbito político local. Para não ser um peso morto na República, o Doge Bartolomeo envia Luchino para comandar tropas no front de batalha germânico, nos Alpes, na fronteira com Berne.

Sua primeira conquista significativa para a República se dá na batalha por Berne. O castelo estava fracamente segurado, mas a posse desse assentamento era de importância estratégica para enfraquecer o miserável Sacro Império Romano.

Em sua governança de Bern ele modernizou armaduras e fez construções de treinamento para sargentos e lanceiros blindados (Armoured Spearmen).

O Ducado de Milão ainda subsistia com pouca força. A França parecia não ter interesse em derrotá-los, pois se assim o fizesse teria que lidar com germânicos. Milão era a única facção que fazia essa cortina entre França e HRE.

A pedido de Luchino de Luca, Doge Bartolomeu envia milícias italianas para Berne e assim ele parte para a cidade sob domínio milanês, Dijon. Lá acontece a maior batalha entre Milão e Veneza já vista durante todos esses anos. O quadro parece realmente uma verdadeira guerra civil entre dois povos de culturas parecidas e uma mesma etnia. A vitória é da República.

Com Dijon ocupada, Milão só existe porque o Duke Catelano está enclausurado no castelo de Metz com algumas de suas milícias. Na verdade ele já estava lá. O grosso do seu exército estava nos territórios franceses, mas ao ver que Dijon iria cair, as tropas vieram ao resgate da cidade, inutilmente.

Rapidamente, no mesmo ano, milícias italianas vão na frente de Luchino para levantar cerco, pois este não podia sair da cidade naquele momento. 1 turno depois, chegando lá, o capitão passa o comando das tropas para Luchino que inflige ataque e vence a batalha e a guerra contra Milão. Importante lembrar que ele é como um estrangeiro na família, mas com certeza já ganhou a afeição de seu sogro, Doge Bartolomeu, que morreu poucos anos depois de ver a destruição de Milão.

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Quando os Otomanos invadiram a Itália (1480-1481)

Em 1480, durante a batalha de Otranto, tropas otomanas decapitaram 800 cristãos por se recusarem a se converter ao islamismo; que mais tarde foram canonizados pela Igreja.

O ataque em Otranto foi parte de uma ação planejada Otomana, ainda que falha, o que tem sido descrito como a “Invasão da Itália.” Em agosto, 70 navios da frota atacaram Vieste.

Monastero di San Nicholas di Casole

Em 12 de setembro, o Monastero di San Nicholas di Casole, que acomodava uma das bibliotecas mais ricas da Europa, foi destruída.

Em outubro de 1480, as cidades costeiras de Lecce, Taranto e Brindisi foram atacadas.

Em 28 de Julho, de 1480, uma frota de 128 navios Otomanos, dos quais 28 eram galés chegaram perto da cidade napolitana de Otranto na região da Apulia.

A cidade foi sitiada a partir de 1º de maio de 1481. Em 11 de agosto, depois de um cerco de 15 dias, Gedik Ahmed ordenou o assalto final, que rompeu as defesas e capturaram a cidadela. Quando as paredes foram violadas os otomanos começaram a lutar através da cidade. Ao chegar à catedral “eles encontraram o arcebispo Stefano Agricolo, totalmente investido de crucifixo na mão” que os aguardara com o conde Francesco Largo e Bispo Stefano Pendinelli. “O arcebispo foi decapitado diante do altar, seus companheiros foram serrados ao meio, e os seus sacerdotes que acompanham foram todos assassinados.”

Depois de profanar a Catedral, os otomanos reuniram as mulheres e as crianças mais velhas para serem vendidos como escravo na Albânia. De acordo com alguns relatos históricos, um total de 12.000 foram mortos e 5.000 escravizados, incluindo as vítimas a partir dos territórios da península Salentina ao redor da cidade.

Oitocentos homens válidos (fisicamente) foram orientados a se converter ao Islã ou serem mortos. Um alfaiate chamado Antonio Primaldi disse ter proclamado “Agora é hora de lutar para salvar nossas almas para o Senhor. E desde que ele morreu na cruz por nós, é apropriado que nós devemos morrer por ele.” Aqueles que com ele estavam deram altos gritos de alegria. Em 12 de agosto eles foram levados para a Colina de Minerva (rebatizada mais tarde de Colina dos Mártires). Lá foi que se deu a decapitação, sendo Primaldi o primeiro.

Esta versão tem sido objeto de algumas críticas por estudiosos muçulmanos. Do lado Otomano é contestado que as execuções em larga escala tiveram lugar; os ossos que podem ser encontrados na Catedral de Otranto são reivindicados a serem, na verdade, de combatentes mortos durante a invasão otomana (mas pesquisas recentes descobriram que alguns ossos eram de mulheres e crianças).

Enquanto isso, em 3 de maio o sultão do Império Otomano, Maomé II, morreu, devida a consequente brigas por sua sucessão. Isto possivelmente impediu o envio de reforços otomanos para Otranto. Então, ao final da ocupação turca de Otranto, terminou por meio de negociação com as forças cristãs, permitindo que os turcos se retirassem para a Albânia.

Maomé II 

Desde que foi apenas 27 anos após a queda de Constantinopla, houve alguns que temiam que Roma sofresse o mesmo destino. Foram feitos planos para o Papa e os cidadãos de Roma evacuar a cidade. Papa Sisto IV repetiu seu apelo em 1471 a uma cruzada. Várias cidades-estado italianas, Hungria e França responderam positivamente a esta. A República de Veneza não o fez, pois eles tinham assinado um tratado de paz caro com os otomanos em 1479. Em 1481 um exército foi levantado pelo rei Fernando I de Nápoles a ser liderado pelo seu filho Afonso II de Nápoles. Um contingente de tropas foi fornecido pelo rei Matthias Corvinus da Hungria.

Alfonso II di Napoli.jpg

*Imagem abaixo: Em agosto de 1480, o clero e os sobreviventes do cerco otomano de Otranto refugiaram-se na catedral. A força Otomana finalmente adentrara a catedral e matou quem estava dentro, transformando a igreja em um estábulo ou uma mesquita e destruindo seus afrescos do século 13. Depois de Otranto ter sido retomada em 1481 por uma força sob Alfonso V de Aragão, o local foi transformado novamente em uma igreja e lentamente reconstruído para abrigar as relíquias dos Mártires de Otranto, que tinham sido executados após o cerco de 1480. No corredor sul é a Capela dos Mártires, construída por ordem de Fernando I de Nápoles e reconstruída com dinheiro público em 1711. Este abriga as relíquias dos mártires em sete grandes caixões. Atrás do altar da capela é a “pedra do martírio”, tradicionalmente considerada ter sido utilizada para decapitar os mártires.

Otranto


 

* Algumas frases foram omitidas devido os termos serem arquitetônicos e eu não saber a tradução técnica para eles.
Texto traduzido de: http://www.counter-currents.com/2014/08/the-battle-of-otranto/