Resenha do filme ‘1917’

A Primeira Guerra Mundial era chamada A Guerra para Acabar com Todas as Guerras, devido às inovações tão destruidoras, e às ideologias positivistas, como a de Auguste Comte, que dizia ser o progresso, das ciências e das máquinas, fator que traria paz ao mundo e que os conflitos se dariam apenas nas colônias, contra os povos “bárbaros”, segundo Aron Raymond em As Etapas do Pensamento Sociológico.

O filme nos apresenta um belíssimo campo, um vento que bate tranquilo no rosto daqueles dois homens fardados. Se tratam de dois soldados ingleses alocados na França e que são chamados pelo seu superior para que seja realizada uma difícil missão.

A incumbência é entregar uma notícia importante para o pelotão do outro lado, para que cessem fogo, pois o avanço das tropas resultaria cair em uma vil armadilha do exército alemão.

Pois bem, a grandeza desse filme está no que eu chamo de imersão. Há poucos cortes de cena, nós podemos experimentar a sensação de atravessar toda uma trincheira, com homens lendo cartas, jogando baralho, fumando. Nesse filme nós damos um grande passeio pelos redutos que eram a grande novidade das guerras.

Os grandes conflitos, antigamente, se davam com homens enfileirados atirando uns contra os outros sem maiores proteções. Os abrigos eram objetos do próprio cenário, como um pequeno monte de terra, cercas, casas, etc. Porém de 1914 a 1918 podemos ver que as trincheiras se tornaram um reduto complexo e bastante estratégico.

Pois bem, acabado o nosso passeio pelas trincheiras, nós vislumbramos o campo de guerra, com soldados mortos, corpos putrefatos, dificuldade de locomoção. A partir desse momento percebemos que até o simples ato de se mover, diante de tanto entulho, buracos no chão resultante de bombas, arames farpados, etc., torna a sensação bastante agoniante. A guerra só é legal no jogos.

A película, no entanto, não trata apenas de impressionismo macabro do que resulta a guerra, mas nos traz uma forte lição de companheirismo e lealdade. Os dois soldados, Corporal Blake e Corporal Schofield nos dão exemplos de que a amizade é um fator importantíssimo numa guerra. Sem ela, jamais a missão poderia ser concluída.

Portanto, o filme é uma ótima experiência de imersão na Primeira Guerra Mundial, uma experiência válida tanto para as gerações mais antigas quanto as mais novas e traz uma verdadeira lição do sentido de missão que nós temos na vida.

Há uma frase que se atribui a Michelangelo, escultor do Renascimento, em que ele diz: “o que tem que ser feito, tem que ser BEM feito”, ou seja, não basta cumprir a missão, é preciso cumpri-la com coragem e galhardia.


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